Sim, eu não sou tão forte assim, e eu não sei se vou conseguir lidar e suportar tudo isso.

"Reconheço meus limites, tenho humildade suficiente para reconhecer e admitir meus erros, então tento tirar as melhores lições possíveis deles. Assumo minhas falhas, pois sou tão errante, talvez minha mania de agir por impulso ou apostar tudo no coração tenha me causado inúmeros problemas. Conheço minha fragilidade, e, sobretudo minha fraqueza.

Olha, eu não sou tão forte assim. Vim aqui, no meio desses dias estranhos, só para confirmar algo que eu preciso dizer a mim mesma, eu não tenho essa força toda. Eu não sou feita de aço, nem de ferro, nem granito e muito menos de mármore. Às vezes, sou rocha. Rocha dura e forte, mas o meu problema é esse, sou rocha para os outros, e para todos que precisam de apoio, estou sempre ali, mesmo fragmentada, exerço a função de base de sustentação. Mas isso é apenas por uma via, eu não consigo ser rocha comigo mesma, e isso me perturba.

Fico abalada freqüentemente, uma palavra errada, um olhar torto, uma frase mal dita, uma interpretação errada. Olha, eu não sei se posso suportar ficar remando e remando contra a correnteza. Eu tenho medo de afundar, eu tenho medo que o meu barco vire, eu tenho medo de cair. Eu tenho medo dessas circunstâncias todas. No geral, eu tenho medo de tudo o que imagino, de tudo o que penso, e não posso ver se na vida real, é como eu havia imaginado. É ver para crer? Não. A resposta não é essa. Eu só queria ver, já que sentir tem sido tão falho...

Para mim sempre foi assim, imagino imagens que espero ver, e quando vejo às vezes dói, às vezes explode em emoção. Acho que a minha vida é feita no decorrer da concretização das imagens que imagino.

Estou tentando procurar alguma luz no meio dessa escuridão, abro as janelas em busca de algum sinal que indique o rumo certo a seguir, mas a neblina esta na frente, impedindo nitidez da visão. Procuro papéis, procuro lembranças, procuro sentimentos, procuro pertences, procuro gente no meio do caos. Procuro eu. Procuro meu coração que está por aí jogado. Procuro minha mente que foi embora e ficou navegando em alto-mar. Preciso me encontrar, preciso recolher os pedaços de mim mesma que perdi no meio do caminho, preciso encaixa-los um ao outro, antes que eu piore, e afunde cada vez mais.

Você sabe muito bem que o meu coração está aí com você. Eu só quero pedir que você cuide bem dele, sabe, isso está tão avassalador que eu sinto as pontadas dele daqui. Eu não vou mais agüentar sofrer abalos sísmicos tão fortes. Eu quero ficar em pé, eu quero tocar o mar com a ponta do meu dedo mindinho do pé. Queria deixar de lado essa insegurança, essa incerteza. Deus, de onde começou essa desorganização profunda?

Enquanto você fica com o meu coração aí, eu vou tentando organizar os meus órgãos, e os meus pensamentos dentro de mim. Já é tarde, o sol já está se pondo, e está tudo fora do lugar. Pela primeira vez, estou frágil, estou sem rumo, estou insegura. É horrível dizer isso, mas é a verdade das minhas palavras que moldam o meu caráter.

Olha bem, escuta, repousa o teu ouvido aqui, e ouve, mas ouve com atenção. Eu estou de um jeito que só o teu amor pode fazer com que eu melhore. Olha, eu estou na berlinda, e preciso que você bombardeie felicidade para mim.

Estou na corda bamba, e para piorar ainda há o vento. Confirmo mais uma vez, estou frágil, e qualquer toque desajeitado eu posso me espatifar. Que força me resta? Talvez a sua mão seja a resposta.

Sim, eu não sou tão forte assim, e eu não sei se vou conseguir lidar e suportar tudo isso''.

Maria Isabel - blog: E tudo fica sustentado pela fé. 

(me encontrei nesse texto, lindo, lindo! *-*)